terça-feira, 1 de março de 2011

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Antes que eu esqueça...

o melhor site sobre Maison Ikkoku que conheço:
http://www.furinkan.com

E o oficial do Ken Akamatsu:
http://www.ailove.net/
(não sei se ainda existe a versão em inglês)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Grande Post Sem Nome e Sem Tema

Antes de mais nada Filosofia, do Sertanejo Fake Ascenso Ferreira:

Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!
Hora de trabalhar?
— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!

Capa do Primeiro Volume de Love Hina
Terminei de ler Love Hina com apenas seis anos de atraso (com relação à edição nacional, 7 anos com relação ao original japonês) nas horas de folga e no tempo que fiquei com febre de 42 graus e não conseguia fazer nada que envolvesse uso do cérebro.

Analiso bem o conteúdo da minha leitura (eu realmente quero ver todo o material, incluindo os dois romances, os filmes especiais e dramas em áudio) e a conclusão fundamental é que mangá é bisonho e que japoneses se orgulham de serem estranhos.

Mas ainda assim, minha teoria de que a forma de arte com mais potencial intelectual e criativo são os quadrinhos, e mangá não é exceção. No cinema, TV e desenhos animados temos velocidade na transmissão da informação (uma imagem vale por mil palavras, e a 24 quadros por segundo isso são muitas palavras) mas impede qualquer reflexão além do óbvio, enquanto a forma escrita simples é limitada em piadas visuais e recursos pra criar tensão (não é todo mundo que consegue ser como o senhor Poe ou o senhor Lovecraft).

Quadrinhos são a forma de arte perfeita (músicos, não se chateiem, Heavy Metal e Música Clássica não são arte, e sim teologia).

E, voltando ao dito cujo Love Hina, a história é despretensiosa, cheia da clichês (na verdade, ela CRIOU todos os clichês de comédias românticas de 2000 pra cá!) mas muito divertida. Pena que o autor, Ken Akamatsu, ao descrever o processo de criação consiga matar toda a vontade que alguém possa ter de ler um mangá.

A proposta inicial era uma combinação de um Shonen Harém (expressão que japoneses usam pra histórias onde um homem é disputado por várias mulheres) com Maison Ikkoku, (anime clássico dos anos 80 que nunca tive oportunidade de ler todo), sendo este último a principal referência.

Capa do Primeiro Volume de Maison Ikkoku
Maison Ikkoku é uma comédia romântica que alterna entre o Bob Esponjesco (nas partes de comédia pura), o extremamente denso e depressivo (nas partes românticas) e pastelão no meio termo. Conta história de Godai, um vestibulando tapado apaixonado pela jovem viúva que gerencia a pensão onde ele vive, sendo a parte cômica o relacionamento entre os habitantes da pensão e a parte densa quando as atenções se centram em Kyoko, a gerente da pensão. Obviamente, ele é um palhaço e ela é uma dama aparentemente alegre, mas que no fundo nunca largou o luto pelo marido que faleceu seis meses após o casamento.

A autora do Maison é genial, pois ela consegue fazer a coisa ir do pastelão ao incrivelmente denso em duas ou três frases.

Bem, a proposta inicial do Love Hina era diminuir a faixa etária dos personagens de 19-25 para 13-20, trocar os papéis (o homem agora era o gerente da pensão e a mulher a vestibulanda), acrescentar uma promessa entre os dois feita quando eles ainda eram crianças e ver no que dava. Mas em 6 meses de negociações com o editor, a coisa que deveria durar apenas 3 volumes e um epílogo virou 3 volumes de proposta inicial mais 5 volumes de fan service (cenas de nudez que não tem nada a ver com a trama principal). E quando o editor viu que dava certo, acrescentou mais 6 volumes de comédia romântica pastelão, um anime com desenhos horríveis (o roteiro é legal, mas o traço, meldeus), jogos de videogame e mais duas dúzias de extras.

Um ótimo exemplo de história divertida estragada por ganância excessiva e falta de pulso do autor, seria mais interessante parar a série no volume 8 e faria o resto como extras, spin-offs e epílogos. A pior parte é o Ken Akamatsu admitir isso.

Não dá nem vontade de fazer uma resenha rápida. Lá vai um CTRL+C CTRL+V do malcomeco.blogspot.com:
Para qualquer fã de anime que queira fugir da mesmice dos estilos luta\ação\aventura, o anime e mangá Love Hina é uma ótima opção. Ambientada na Tókio atual, Love Hina tem uma história bem mais leve e muito menos complexa e densa do que a dos animes que aportaram primeiro no Brasil, como Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya), Samurai X (Rurouni Kenshin) ou Yuyu Hakusho.

O anime conta a história de Keitaro, um jovem de 20 anos que nunca conseguiu passar no vestibular, mesmo após três tentativas consecutivas. No cursinho, ele conhece uma estranha jovem chamada Naru Narusegaua, que, ao contrário dele, tem muita facilidade com todo tipo de estudo. Um pouco depois, mas ainda no começo da história, Keitaro muda-se para uma espécie de Spar-Pousada, onde será gerente, e descobre que lá não somente é habitado exclusivamente por garotas, como a própria Narusegaua é uma das residentes.

A partir daí, o conto segue sempre divertido, com vários momentos em que Keitaro surpreende Narusegaua, assim como as suas amigas, nas mais constrangedoras situações, e com um constante clima de romance mal resolvido entre Naru e Keitaro. Após o fim da série de TV, que teve 25 episódios, Love Hina teve continuação com dois filmes (Love Hina Natal e Love Hina Primavera) e o OVA de três partes, chamado Love Hina Again.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ixtlan


Ixtlan é a vila para onde todos os brujos verdadeiros rumam, ou pelo menos sentem vontade de rumar. Uma metáfora para um sentimento de deslocamento com relação ao mundo sentido quando o feiticeiro passa a apreciar todas as dimensões do mundo de uma única vez.

Acho que isso resume o sentimento do livro, pois Castañeda afirma, nos dois últimos capítulos (escritos após ele deixar a academia), ter desejado conhecer Ixtlan.

Mania chata de ler muitos livros de uma vez finalmente serviu pra alguma coisa!

Castanheda tem de ser lido de dois em dois livros.

O Carlos Castañeda (ou Castanheda, ou Castaneda pros estadunidenses) descreveu seus encontros com um índio que ele chama de Don Juan Matos numa tentativa de escrever uma tese de antropologia explicando o relacionamento de um xamã com drogas alucinógenas.

Ele escreveu dois manuscritos preliminares que a comunidade academica da universidade da califórnia rotulou de "apenas passável", e pressionou até decidirem publicarem. Foram

  • The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge (1968), traduzido como A Erva do Diabo - As experiências indígenas com plantas alucinógenas reveladas por Dom Juan (o que prova a qualidade das traduções de títulos para o portugues).

  • A Separate Reality: Further Conversations with Don Juan (1971), traduzido como Uma Estranha Realidade.


Deixando detalhes da tradução de lado (um livro de Antropologia, Filosofia ou mesmo Ocultismo tradicional pode ser arruinado por essas pequenas trocas como "Separada" por "Estranha"), os livros tem um estilo no mínimo diferente. A surpresa foi que se popularizaram demais entre comunidades alternativas, ocultistas pós-hippies e academicos rebeldes. O barulho foi tanto que a universidade se viu forçada a aceitar os manuscritos como tese de doutorado, mas para evitar constrangimentos caso a popularidade dos manuscritos caísse, eles afastaram Castanheda da universidade.

Só li a introdução do Reality, o Teachings até metade do capítulo 3 (são 11 capítulos de entradas de diário e mais uma "análise estrutural") e o terceiro livro, Journey to Ixtlan, até o capítulo 13 (são 20), mas dá pra perceber como um autor muda enquanto está na universidade e também de onde Paulo Coelho roubou 90% de suas idéias.

Os dois primeiros são apresentados na forma de entradas de diário, mas o próprio Carlos afirma só anotar os eventos no diário dois ou tres dias depois do ocorrido, para evitar excessos emocionais. Dá pra ver claramente que ele hesita em detalhar qualquer experiencia que possa ser, mesmo remotamente, descrita como espiritual em prol de descrever suas alucinações regadas a Peyote.

Já no terceiro, os alucinógenos são totalmente omitidos (ou descaradamente enfeitados) e ele detalha as emoções que sentiu e as aventuras que viveu, sem o auxílio de drogas, na tentativa de seguir o treinamento com Don Juan e se tornar um brujo.

O divertido é comparar a descrição do mesmo dia dada em cada livro. Aparentemente não são da mesma pessoa, sendo o Carlos do terceiro livro um homem em busca de autoconhecimento e de superar traumas com MSO (Membros do Sexo Oposto), enquanto o do primeiro era um antropólogo pedante. E essa opinião não é minha, um tal de Richard deMille escreveu um livro inteiro (Castaneda's Journey) só pra dizer isso mas concluir que o livro ainda é válido como livro de auto-ajuda!